DUAS ESPÉCIES NOVAS DE ANTHURIUM (ARACEAE) ENDÊMICAS DO LITORAL DE SÃO PAULO, BRASIL

Publication Type:Journal Article
Year of Publication:2008
Authors:Coelho, M. A. Nadruz, Catharino E. Luís Mart
Journal:Rodriguésia
Volume:59
Issue:4
Start Page:829
Pagination:833
Date Published:11/2008
ISSN:0370-6583
Keywords:Atlantic Forest, Ilha de Alcatrazes, Juréia-Itatins, mata atlântica, Taxonomia, taxonomy
Abstract:

(Two new species of Anthurium (Araceae) endemic to the coast of São Paulo, Brazil) Two new species of the genus Anthurium (section Urospadix) from the coast of the state of São Paulo are described. Anthurium alcatrazense is endemic to the island of Alcatrazes (Ecological Station Tupinambás), municipality of São Sebastião, and belongs to the subsection Obscureviridia. Anthurium navicularis belongs to subsection Flavescentiviridia and is endemic to the Ecological Station Juréia-Itatins, municipality of Peruíbe. The two species occur in the Atlantic forest biome, in rocky coastal areas. Diagnoses, illustrations, and comments on the geographical distribution, ecology, phenology, and conservation status are provided for both species.

(Duas espécies novas de Anthurium (Araceae) endêmicas do litoral de São Paulo, Brasil) Duas espécies novas do gênero Anthurium (seção Urospadix) são descritas para o litoral do estado de São Paulo. Anthurium alcatrazense é endêmica da Ilha de Alcatrazes (Estação Ecológica Tupinambás), município de São Sebastião, e pertence à subseção Obscureviridia. Anthurium navicularis pertence à subseção Flavescentiviridia, sendo endêmica da Estação Ecológica Juréia-Itatins, município de Peruíbe. Ambas ocorrem no bioma Mata Atlântica, em áreas rochosas litorâneas. São fornecidas diagnoses, ilustrações e comentários sobre distribuição geográfica, ecologia, fenologia e estado de conservação das espécies.

Full Text

O gênero neotropical Anthurium Schott (Araceae) pertence a subfamília Pothoideae, tribo Potheae, com aproximadamente 1.100 espécies (Coelho 2004), distribuídas do norte do México e das Grandes Antilhas ao sul do Brasil e norte da Argentina e Uruguai, nas baixas e médias elevações, com maior diversidade no Panamá, Colômbia e Equador (Mayo et al. 1997; Carroll 2003). No Brasil, ocorrem cerca de 105 espécies e o estado de São Paulo apresenta 30 espécies, distribuídas na Floresta Atlântica Ombrófila e na Floresta Atlântica Estacional Semidecidual (Coelho 2007).
O gênero Anthurium está subdividido em 19 seções (Croat 1983; Keating 2002). A seção Urospadix, composta de sete subseções, foi descrita por Engler (1878) e suas espécies estão concentradas no leste e sudeste do Brasil (Coelho 2004). Possui como características caule e entrenós curtos, lâminas foliares geralmente lanceoladas (mais longas que largas) com base geralmente agudas a cuneadas e raramente subcordadas ou cordadas, e numerosas nervuras secundárias que são mais proeminentes que as terciárias. No Brasil, a seção está representada por 60 espécies (Temponi 2007).
Durante a elaboração da monografia da família Araceae para a Flora de São Paulo, duas novas espécies foram descobertas e são aqui apresentadas, Anthurium alcatrazense e A. navicularis. As duas espécies apresentam distribuição insular, o que leva à hipótese de evolução por isolamento geográfico a partir da colonização pretérita de espécies de distribuição mais ampla. Por serem duas espécies de ocorrência pontual e com populações pequenas, estimadas em menos de 1.000 indivíduos maduros, além das incertezas sobre a efetiva conservação das importantes áreas naturais em que ocorrem, podem ser consideradas vulneráveis (D1) pelos critérios da IUCN (IUCN Standards and Petitions Working Group 2008).

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